sexta-feira, 30 de abril de 2010

Mestre Suassuna



Mestre Suassuna, como é conhecido, nasceu na Bahia, em 1938. Reinaldo Ramos Suassuna, nascido em Ilhéus e criado em Itabuna, começou a praticar capoeira em meados dos anos 50, a contra-gosto. Devido a um problema de deficiência nas pernas, o médico recomendou que praticasse um esporte, que não fosse futebol. Sob a influência de dois amigos que tinham iniciado na capoeira mais os cuidados médicos, começou a praticar a arte brasileira.

Mestre Suassuna, as he is known, was born in Bahia in 1938. Reinaldo Ramos Suassuna, born in Ilheus and raised in Itabuna, started to practice Capoeira in the beginning of the 50’s, against his will. Due to a physical handicap in his legs, the doctor recommended that he involve himself in a sport that was not soccer. Under the influence of two friends that had begun Capoeira and his medications, Suassuna started to practice this Brazilian art.

Suassuna afirma que no começo não gostava, não levava jeito pra gingar, não tinha ritmo pra cantar, mas com o passar do tempo foi “pegando gosto” pela capoeira, até chegar ao ponto de treinar tanto que sua mãe começou a pensar que estava doente.

Suassuna states that in the beginning he had not liked Capoeira at all because he had difficulty learning the ginga and its unique sway and he lacked rhythm to sing, but with time he started to enjoy the taste of capoeira so much that he began to take his training seriously and at this point his mother thought he was sick or ill.

Na época em que começou a capoeira não fixou-se em um grupo, aprendeu a gostar da capoeira como um todo ,independente se era Angola ou Regional.teve contato com o pessoal da Academia do Mestre Bimba, do Mestre Pastinha; fez apresentações em Salvador com mestre Canjiquinha, Gato, Caiçara... Tudo isso forneceu uma excelente base para desenvolver seu trabalho e chegar onde está hoje com reconhecimento internacional.

When Suassuna started Capoeira he did not fixate himself to a group, but rather, he learned to love capoeira as a whole, independent of whether it was Angola or Regional. He met people from the Academies of Mestre Bimba and Mestre Pastinha. He participated in presentations in Salvador with Mestre Canjiquinha, Gato, Caicara … and all of this has served as an excellent base for developing his work and arriving to where he is today: international recognition.

Em meados dos anos 60, Suassuna brilhava na Bahia com suas apresentações de Capoeira e conseqüentemente surgiam os convites para ir ao exterior e outros estados. Em 1965, após a insistência de dois amigos que estavam morando em São Paulo, veio para terra da garoa com a intenção de abrir uma Academia e se dar bem com a Capoeira. Sua missão era difundir a capoeira como folclore e esporte.

At the beginning of the 60’s, Suassuna shone in Bahia with his Capoeira presentations and consequently many invitations from other states and from abroad were offered. In 1965, after two of his friends kept on insisting for him to come to Sao Paulo, he left Bahia and went to the land of the rain with the intention of opening an Academy and succeeding in life with Capoeira. His mission was to develop Capoeira as folklore and as a sport.

No começo foi muito difícil; desencontrou-se dos amigos, trabalhou em diversos empregos, passou dificuldades financeiras, sem contar a saudades da velha Bahia.

At the beginning it was very hard; he was far from his friends, he worked at various jobs, went through financial difficulties, needless to mention how much he missed the old Bahia.

Depois de um tempo no sufoco, encontrou um pessoal de Itabuna que o levou à Academia do Zé de Freitas, em Sao Paulo, Brasil. Lá conheceu Brasília, pinatti e em 1967, junto com Mestre Brasília fundou a Associação de Cordão de Ouro.

After a lot of struggle, he met some people from Itabuna that took him to Ze Freita’s Academy, in Sao Paulo, Brazil. That is where he met Mestre Brasilia. In 1967, together with Mestre Brasilia, he founded the “Associacao de Capoeira Cordão de Ouro”.

Hoje, Mestre Suassuna é querido e respeitado e conta com um trabalho criativo e estruturado, com integrantes espalhados pelo mundo inteiro.

Today, Mestre Suassuna is dearly liked and respected. He is proud to see that his group’s work is well structured and full of creativity, with members found all over the world.

Entre seus principais feitos estão diversas apresentações, gravação de 5 discos, direção do Grupo de Show Cordão de Ouro, criação e divulgação do "Jogo Miudinho" e realização de cursos e palestras em vários estados do Brasil e exterior.

His many doings include various presentations, the recording of 5 cds, the directing of the Show Group of Cordao de Ouro, the creation and development of the “Miudinho Game” and the conducting of workshops and seminars in several states in Brazil and around the world.

Reference:

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segunda-feira, 1 de março de 2010

Mestre Artur Emídio - de Itabuna - BA para o Rio de Janeiro - RJ


Nome: Artur Emídio
Sobrenome: De Oliveira
Data de Nascimento: 31/03/1930
Cidade: Itabuna (BA) - Brasil
Naturalidade: Brasileiro
Grupo de Capoeira: Escola de Capoeira Artur Emídio
Grau: Cordel Branco (Grão Mestre)
Tempo de Capoeira: 73 anos


Artur Emídio de Oliveira nasceu em Itabuna, sul da Bahia, em 31 de março de 1930.
Morava com os pais, fazendeiros, numa casa modesta da então "Rua Direita", no bairro do Pontalzinho.
Começou a praticar a Capoeira quando tinha apenas sete anos, com Mestre Paizinho, Teodoro Ramos, discípulo do Mestre Neném, de origem africana.
Paizinho às seis horas da manhã ia diariamente acordá-lo para treinar. O Mestre conta sobre essa época: "a prática da Capoeira era proibida. Treinava-se no alto dos morros, nas vielas, à noite e sempre escondido. Muitas foram as vezes que o meu Mestre foi preso. Mas no dia seguinte a fiança era paga, e ele saía. E, de noite, voltava a ensinar Capoeira, praticada por amor! É ... naquele tempo era assim: bastava gingar. Gingou ia preso! Mas já a praticavam comerciantes, estudantes, universitários, gente pobre e gente rica!"
Quando completou 15 anos de idade seu mestre faleceu.
Mestre Paizinho foi uma figura misterioza sobre a qual se criaram diversas histórias, inclusive sobre sua morte. Segundo Artur Emídio, ele morreu de "morte morrida", atacado por meningite, mas até hoje há quem se refira à sua morte "heróica". Há quem conte, que nas noites enluaradas de Itabuna e Ilhéus, que ele tentou voar do alto de um coqueiro utilizando folhas de palmeiras como asas, como fez Ícaro na Grécia Antiga. A experiência terminou na sua queda e morte.
Ainda adolescente, Artur Emídio deliciava platéias de circos e parques de diversões de Itabuna com programas de "luta livre", que se constituíam em demonstrações de habilidade nas artes marciais ainda pouca conhecidas e, principalmente, na arte da Capoeira.
Com 23 anos (1953) sai de Itabuna para São Paulo, a fim de lutar contra Edgar Duro, lutador de Luta Livre. E sagra-se vencedor!
Em 1954 vai ao Rio de Janeiro para lutar contra Hélio Gracie, lutador de Jiu-Jitsu. E o empate é o resultado da luta!
O Mestre Artur Emídio é o precursor da Capoeira do Rio de Janeiro.
Em 1955 se mudou para o Rio de Janeiro com sua família, naquela época segundo Mestre Artur a única capoeira que existia no Rio de Janeiro era do Mestre Sinhozinho, uma capoeira que não existia ritmo, não tinha berimbau, pandeiro, atabaque, somente tinha luta. Mestre Artur Emídio conta: "Na academia de Sinhozinho o que rolava era pancadaria e esse não era meu tipo de ensinar a capoeira".
Nesta época Sinhozinho e Artur foram convidados para fazer uma apresentação de capoeira no exército, os alunos de Sinhozinho entraram de sunga metendo soco um na cara do outro, um coisa horrivél longe das raízes da capoeira, já os alunos de Artur jogaram capoeira, foi um sucesso.
Nos ringues, enfrentou lutadores de primeira linha, como Rudolf Hermany, Robson Gracie, Carlos Coutinho (da Bahia), Carbono (do Rio) e Edgar Duro (de São Paulo). Enfrentou, com sucesso, alguns alunos do Mestre Bimba que cruzaram seu caminho.
Seu primeiro aluno foi Djalma Bandeira, companheiro de viagens ao exterior, com quem o Mestre se aprimorava na Capoeira. Foi um dos pioneiros na difusão internacional da Capoeira, realizada através de viagens a cerca de 20 países. Exibiu-se, também, para o ex-Presidente Getúlio Vargas, em Salvador: "... quando os berimbaus pararam, o ex-Presidente levantou-se e veio cumprimentar-me: 'parabéns rapaz. Esse é um esporte verdadeiramente brasileiro! E você sabe praticá-lo!', foi o que me disse então o ex-Presidente."
Foi um dos pioneiros na difusão internacional da Capoeira, realizada através de viagens a cerca de 20 países.
Artur Emídio formou muitos alunos entre eles os mestres: Celso (Engenho da Rainha), Mendonça (criador dos cordéis) , Paulo Gomes (falecido, fundador da ABRACAP), Vilela.
Uma artrose no joelho esquerdo o impossibilita de continuar jogando e ensinando Capoeira.
Continua, porém, em permanente contato com o Mundo da Capoeira e profere palestras sobre a Capoeira, seus fundamentos e sua História: "Mestre Bimba e Mestre Pastinha já morreram, mas eu não, quando eu puder voltarei a dar aula, tenho muita coisa para ensinar que nunca vi ninguém fazer."

Besouro Mangangá, o Capoeira!


Manuel Henrique Pereira (1895 1924), conhecido como Besouro Mangangá ou Besouro Cordão de Ouro foi um lendário capoeirista da região de Santo Amaro da Purificação, na Bahia.

História

A palavra capoeirista assombrava homens e mulheres, mas o velho escravo Tio Alípio nutria grande admiração pelo filho de João Grosso e Maria Haifa. Era o menino Manoel Henrique que, desde cedo aprendeu, com o Mestre Alípio, os segredos da Capoeira na Rua do Trapiche de Baixo, em Santo Amaro da Purificação, sendo batizado com Besouro Mangangá por causa da sua flexibilidade e facilidade de desaparecer quando a hora era para tal.

Muitos e grandiosos feitos lhe são atribuídos. Diziam que não gostava da polícia (que diversas vezes frustou-se ao tentar prendê-lo), que tinha o "corpo fechado" e que balas e punhais não podiam feri-lo. Certa época, quando Besouro trabalhou numa usina, por não receber o ordenado, segurou o patrão pelo cavanhaque e o obrigou a pagar o que lhe devia.

As circunstâncias de sua morte são contraditórias. Há versões que afirmam que Besouro morreu em um confronto com a polícia; outras, que foi traído, com um ataque de faca pelas costas. Esta última é muito cantada e transmitida oralmente na capoeira. Um fazendeiro, conhecido por Dr. Zeca, após seu filho Memeu apanhar de Besouro, armou uma cilada, mandando-o entregar um bilhete a um amigo que administrava a fazenda Maracangalha. Tal bilhete pedia para que seu portador fosse morto. Besouro, analfabeto, não pôde ler que aquele bilhete era endereçado ao seu assassino e que esclarecia que o portador era a vítima, ou seja, ele próprio. Assim, no dia seguinte, ao voltar para saber a resposta, 40 soldados o estavam esperando. Um homem conhecido por Eusébio de Quibaca acertou-lhe nas costa uma faca de tucum (ou ticum), um tipo de madeira, tida como a única arma capaz de matar um homem de Corpo Fechado.

Era um negro forte e de espírito aventureiro, nunca trabalhou em um lugar fixo nem teve uma profissão definida.

Cadê o Besouro

Canção muito conhecida na capoeira

Besouro Mangangá era homem de corpo fechado

Bala não matava e navalha não lhe feria

Sentado ao pé da cruz enquanto a polícia o seguia

Desapareceu enquanto o tenente dizia

Cadê o Besouro

Cadê o Besouro

Cadê o Besouro Chamado Cordão de Ouro

Besouro era um homem que admirava a valentia

Não aceitava a covardia Maldade não admitia

Com a traição quebrou-se a feitiçaria

Mas a reza forte só Besouro quem sabia

Cadê o Besouro Cadê o Besouro

Cadê o Besouro Chamado Cordão de Ouro

Cadê o Besouro

Cadê o Besouro

Cadê o Besouro Chamado Cordão de Ouro

Atrás de Besouro, o tenente mandou a cavalaria

No estado da Bahia

E Besouro não sabia

Já de corpo aberto,

Fez sua feitiçaria

Cada golpe de Besouro Era um homem que caia

Cadê o Besouro

Cadê o Besouro

Cadê o Besouro Chamado Cordão de Ouro

Cadê o Besouro

Cadê o Besouro

Cadê o Besouro

Chamado Cordão de Ouro